sábado, 20 de abril de 2013

Etnia pataxó

Os pataxós são um povo indígena de língua da família maxakali, do tronco macro-jê. Apesar de se expressarem na língua portuguesa, alguns grupos conservam seu idioma original, ensinando-o aos mais novos.
Em 1990, os pataxós eram aproximadamente 1600. Vivem em sua maioria na Terra Indígena Barra Velha do Monte Pascoal, ao sul do município de Porto Seguro, a menos de um quilômetro da costa, entre as embocaduras dos rios Caraíva e Corumbáu. O território entre estes dois rios, o mar a leste e o Monte Pascoal a Oeste é reconhecido pelos Pataxó como suas terras tradicionais. Abrangem uma área de 20.000 hectares.
Nucleos de povoamento pataxó
1 - Terra Indígena Imbiriba, próximo à foz do Rio dos Frades, a 20 Km ao Norte de Barra Velha, mais antigo;
2 - Terra Indígena Coroa Vermelha, ocupado mais recentemente, estimulado pelo fluxo turístico, onde se desenvolvem atividades artesanais. Este último povoamento está à margem da rodovia que liga Porto Seguro a Santa Cruz de Cabrália.
3 - Terra Indígena Aldeia Velha, no município de Porto Seguro, ao norte do distrito de Arraial da Ajuda.
4 - Terra Indígena Mata Medonha, ao norte do município de Santa Cruz Cabrália.
5 - Terra Indígena Comexatiba, também conhecida como Cahy/Pequi, no município do Prado, imediatamente ao sul da TI Barra Velha do Monte Pascoal.
Territorio
O território tradicional dos Pataxó de Barra Velha passou, a partir de 1961, com a criação do Parque Nacional do Monte Pascoal, a ser objeto de disputa entre os índios e o IBDF (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal), tendo os primeiros enfrentado um longo período de privações provocado pela proibição de utilização econômica do seu próprio território, imposta por aquele órgão – situação que motivou uma grande dispersão dos Pataxó, compelidos a buscar meios de subsistência em outras áreas. O encaminhamento de uma solução para esse problema tem se prolongado por vinte anos, e, mais recentemente, a FUNAI e o IBDF chegaram a um acordo que descina aos Pataxó apenas 8.720 hectares dos 22.500 que compõem o Parque. Além de ser esta uma área extremamente reduzida para as necessidades da sociedade Pataxó, abrange, em sua maior parte, terrenos impróprios para a agricultura (brejos, faixas arenosas e campos), o que tem provocado grandes manifestações de insatisfação e revolta por parte dos Pataxó.

Habitat dos pataxó
O habitat dos Pataxó compreende uma área litorânea com ocorrência de mangues e terrenos arenosos junto à costa, e faixas de campo e floresta nas áreas mais interiores. O clima é tropical, quente e úmido.
O povo identificado como Pataxó pelas diversas fontes históricas, vivia tradicionalmente em bandos, entre as bacias dos rios João Tiba e São Mateus, ao sul, e Pardo e Contas, ao norte, convivendo com um bom número de outras etnias. A sociedade brasileira através de suas frentes de expansão predominantemente agrícolas, alcança-os em épocas históricas diversas mas sempre de forma violenta, atingindo primeiramente os bandos situados mais ao sul, conforme permitem concluir os dados existentes. As diversas etnias dessa faixa territorial, tiveram como polo de atração a então Vila do Prado, seguindo uma estratégia usual do processo de colonização, uma prática que teria gradativamente provocado a redução das especificidades culturais daquelas etnias.

Organização social
Organizam-se em famílias nucleares, constituída cada unidade de seis membros em média, onde as crianças, desde muito cedo, participam das atividades domésticas. A divisão social do trabalho é pouco rígida, embora aquelas poucas atividades que exigem maior dispêndio de energia sejam caracterizadas como mais propriamente masculinas, e hajam pessoas que se destacam como artesãos e pescadores. As tarefas que dependem de maior quantidade de força-de-trabalho são realizadas de forma cooperativa, entre várias unidades familiares.

Politica pataxó
O cacique é representante político do seu povo, servindo como intermediário entre os Pataxó e a sociedade nacional, sobretudo a FUNAI. O seu papel político nos limites da aldeia é sempre exercido com o apoio dos chefes de família, prevalecendo a sua condição de mediador. A instabilidade emocional Pataxó, decorrente de uma série de acontecimentos que tem atingido – confrontamento com forças policiais (1951), naufrágio com grande número de vítimas (1969), atritos com a guarda do Parque Nacional do Monte Pascoal desde a criação deste, e mais recentemente, o mal encaminhamento da questão da terra por parte da FUNAI -, tem debilitado a sua organização social e tornado extremamente inseguras as suas relações internas e com a sociedade envolvente.

Atividades econômicas
As atividades econômicas básicas compreendem a agricultura, a coleta vegetal e animal, a pesca, a extração vegetal piaçava e madeira, a produção artesanal, atividades de comércio (produtos industrializados), e caça. A agricultura é a atividade dominante, realizada em pequenas roças familiares, sendo seu principal produto a mandioca, seguido da cana-de-açúcar, milho, arroz e feijão, dentre outros. A criação de animais é pouco desenvolvida, limitando-se a animais de carga e a criação doméstica. 

idioma
Classificada como língua isolada mas nunca sistematicamente estudada, a língua originalmente falada pelos Pataxó não é mais utilizada. Atualmente, todo o povo Pataxó fala o português regional fluente, utilizando-se alguns indivíduos de palavras isoladas (substantivos e adjetivos) de uma língua tomada de empréstimo aos Maxacalí, povo indígena localizado numa região próxima, já no Estado de Minas Gerais. A importância deste empréstimo para os Pataxó é tão considerável que eles tendem a reconhecer o Maxacalí como a sua própria língua.

Cultura pataxó

O canto e a dança
O Awê para nós Pataxó significa o amor, a união e a espiritualidade com a natureza. O Awê nos traz segurança e a dança e o canto são instrumentos de comunhão entre nós Povo Pataxó e a natureza. Através do canto e da dança transpiramos e adquirimos novas energias da terra, do ar, da água, do fogo e de todas as energias positivas que formam a natureza.

Pintura
A pintura corporal é um bem cultural de grande valor para nós Pataxó. Ela representa parte de nossa história, sentimentos do cotidiano e os bens sagrados. Usamos a pintura corporal em festas tradicionais na Aldeia como em ritos de casamento, nascimento, comemorações, dança, luta, sedução, luto, proteção, etc. Temos pintura para o rosto, braço, costas e até mesmo para as pernas. Usamos pinturas específicas para homens e mulheres casados e solteiros. As pinturas têm diversidade de tamanho e significados.

Alimentação
A nossa alimentação tem como base a pesca, coleta de frutos e raízes, bem como, a agricultura. No que se trata das raízes que usamos na alimentação, a mandioca, sem dúvida, é o alimento preferido. É dela que fazemos a nossa bebida sagrada conhecida como kawi, o makaiaba (o beiju) e kuiuna (farinha). Também cultivamos outras raízes como inhame, batata, amendoim, taioba, etc. Um outro alimento muito apreciado é o peixe preparado na folha da patioba, pois ele é um alimento saudável que rejuvenesce o corpo e purifica o espírito.

Artesanato
O nosso artesanato é feito a partir de tudo aquilo que a natureza oferece tais como madeiras, sementes, palhas, cipós, argila, penas, bambu e etc. Alguns artesanatos são feitos de barro como o pote, a talha e a panela. Outros são feitos de cipó como o caçuar e o cesto. E ainda têm os que são feitos com uruba como a peneira e o leque. Toda esta produção artesanal estava ligado às necessidades do cotidiano, bem como, alguns artesanatos estão relacionados a proteção espiritual como, por exemplo, o colar de Tento.

Plantas medicinais
A nossa vida em harmonia com a natureza permitiu o conhecimento de várias plantas, raízes, cipós, folhas, sementes, casca de madeiras, resinas e etc. A resina da amesca, por exemplo, serve para purificar o ambiente, fortalecer o espírito e também para afastar as coisas negativas do corpo.

Aldeia de barra velha
A Aldeia de Barra Velha, reconhecida pelos Pataxó como o seu local de origem – onde todos nasceram e foram criados -, localiza-se nos limites meridionais do município de Porto Seguro, a menos de um quilômetro da costa, entre as embocaduras dos rios Caraíva e Corumbáu. O território delimitado pelos cursos destes dois rios pela costa atlântica a Leste, e pelo Monte Pascoal a Oeste – cerca de 20.000 hectares -, é tradicionalmente identificado pelos Pataxó como o seu território. O Monte Pascoal, além de se constituir num limite territorial, tem grande valor simbólico como marco de identidade étnica Pataxó.


FONTES:


 




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