sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Caral - Civilizacao mais antiga da America

A Civilização de Caral (também Caral-Supe ou Norte Chico) foi uma sociedade complexa pré-colombiana, que incluiu cerca de 30 grandes centros populacionais, nos quais são hoje a região centro-norte da costa do Peru. É conhecida, desde 1997, pela arqueóloga peruana Ruth Shady, como a mais antiga civilização nas Américas e um dos seis locais onde a civilização separadamente originou no mundo antigo. Floresceu entre o século XXX a.C. e XVIII a.C., no período neolítico pré-cerâmico. O nome "Caral-Supe" é derivado da Cidade Sagrada de Caral, um grande sítio arqueológico ampliamente estudado que se encontra no vale de Supe, ao norte do departamento de Lima (região conhecida como Norte Chico). A sociedade da região surgiu um milênio depois de Suméria, e precede aos olmecas mesoamericana por quase dois milênios.

Na nomenclatura arqueológica, Norte Chico é una cultura pré-cerâmica do período pré-colombiano que apresenta uma ausência total de cerâmica e aparentemente carece de expressões artísticas. A realização mais impressionante da civilização foi sua arquitetura monumental, que incluía plataformas monticulares e circulares. A evidência arqueológica sugere o uso de tecnologia têxtil, e possivelmente adoração de símbolos representando a deuses, situações que concorrem nas culturas andinas pré-colombianas. Se assume que se requeria um governo sofisticado para liderar a antiga região de Norte Chico, e permanecem sem resposta as perguntas sobre sua organização, particularmente o tema dos recursos alimentícios e a função política.

No âmbito no qual se formou corresponde à denominada Área Norte-central Peruana, que comprende os vales da costa — Santa, Nepeña, Sechín, Culebras, Huarmey, Fortaleza, Pativilca, Supe, Huaura, Chancay e Chillón — e as aleias serranas de Huaylas e Conchucos, junto com o planalto de Junín, e as bacias dos rios Marañón, Huallaga e as nascentes do Ucayali. Na Área Norte-central Peruana se conhecia com anterioridade a existência de assentamentos pré-cerâmicos a partir das quais se assumiam organizações sociais de nível de lideranças. Destacam os de La Galgada, na aleia dos Conchucos, Piruro no Marañón, Huaricoto na aleia de Huaylas, Kotosh no Huallaga, Las Haldas em Casma, Los Gavilanes em Huarmey, Áspero em Supe, Bandurria e Rio Seco em Huaura e El Paraíso no Chillón.


Os arqueólogos sabiam de lugares arcaicos na área desde pouco antes da década de 1940; o trabalho mais antigo se realizou em Áspero, na costa, um lugar encontrado em 1905 e depois em Caral. Arqueólogos peruanos, liderados por Ruth Shady Solís, desde a premeira grande documentação desta civilização a finais da década de 1990, com seu trabalho em Caral. Um trabalho apresentado em 2001 na revista Science, mostrando uma investigação sobre a Caral, e um artigo em 2004 na revista Nature, descrevendo o trabalho e a datação mediante radiocarbono através de toda a região, revelou a verdadeira importância da Civilização Caral e levou ao interesse.

Descoberta arqueológica de caral

Max Uhle escavou em 1905 em Áspero, um local situado no litoral do vale de Soube, a 23 km da Cidade Sagrada de Caral, no Peru. Julio C. Tello explorou o mesmo lugar em 1937. Não há evidências que eles tivessem entrado no vale de Soube e, portanto, que chegassem a conhecer a Cidade Sagrada de Caral.

A primeiro pessoa que chamou a atenção sobre a Cidade Sagrada de Caral (Chupacigarro Grande) foi o viajante americano Paul Kosok, que visitou o lugar juntamente com o arqueólogo também americano Richard Schaedel em 1949. No seu relatório, publicado no livro "Life, Land and Water in Ancient Peru", em 1965, mencionou que Chupacigarro (como era conhecida a Cidade Sagrada de Caral então) devia ser muito antigo, mas não pode demonstrar quanto.

Em 1975 o arquitecto peruano Carlos Williams fez um registo da maioria dos lugares arqueológicos no vale de Soube, entre os quais registou o Chupacigarro Grande, a partir do qual fez algumas observações sobre o desenvolvimento da arquitectura nos Andes, que apresentou primeiro no artigo "Arquitectura e Urbanismo no Antigo Peru", publicado em 1983 no tomo VIII da série "História do Peru" da editorial Juan Mejía Baca, e depois no artigo "A Scheme for the Early Monumental Architecture of the Central Coast of Peru", publicado em 1985 no livro "Early Ceremonial Architecture in the Andes".

O arqueólogo francês Frederic Engel visitou o lugar em 1979, levantando um plano e escavando no mesmo. No seu livro "Das Begónias ao Milho", publicado em 1987, Engel afirmou que Chupacigarro Grande (como ainda era conhecida a Cidade Sagrada de Caral) pôde ter sido construído antes do aparecimento da cerâmica nos Andes (1800 aC). No entanto, os arqueólogos andinos assumiram que o local era "acerámico", isto é, que tinha sido construído por uma população que não utilizava a cerâmica, ainda que esta já se conhecia noutros lugares dos Andes.

Em 1994 Ruth Shady percorreu novamente o vale de Supe e identificou 18 lugares com as mesmas características arquitectónicas, entre os quais se encontravam os 4 conhecidos como Chupacigarro Grande, Chupacigarro Chico, Chupacigarro Centro e Chupacigarro Oeste. Para diferenciá-los Shady denominou-os, Caral, Chupacigarro, Miraya e Lurihuasi. Caral, Miraya e Lurihuasi são os nomes quechua dos povoados mais próximos aos lugares. Chupacigarro é o nome espanhol de um ave do lugar.

Shady escavou em Caral a partir de 1996 e apresentou os seus dados pela primeira vez em 1997, no livro "A Cidade Sagrada de Caral-Supe nos alvores da civilização no Peru". Nesse livro sustentou abertamente a antiguidade pré-cerâmica da Cidade Sagrada de Caral, afirmação que consolidou de maneira irrefutável nos anos seguintes, através de escavações intensivas no lugar.

O Projecto Especial Arqueológico Caral-Supe está a cargo dos trabalhos na Cidade Sagrada de Caral, bem como dos assentamentos próximos de Áspero, Miraya e Lurihuasi. A arqueóloga Ruth Shady, viaja ao vale em forma permanente para continuar o trabalho das escavações e descobertas nesta parte de um país arqueologicamente rico e de diversas culturas milenares.

Arquitetura

 

O centro urbano, de arquitectura monumental, já tinha sido fotografado desde o ar na década de 40 do século XX, mas o início das escavações sistemáticas da Cidade Sagrada de Caral começaram em 1996 , sob a condução da doutora Ruth Shady.

As construções na Cidade Sagrada de Caral foram continuamente remodeladas, com estruturas cada vez mais complexas. Isto significa a evolução das técnicas de construção, o conhecimento das ciências exactas como a aritmética, a geometría e igualmente a astronomía que influenciaram as antigas culturas peruanas. Destacaram o espaço, a arquitectura e a precisão, especialmente nos seis volumes das pirâmides maiores.
As construções monumentais mais destacadas são:
  • A Pirâmide Maior
  • A Pirâmide Menor
  • A Pirâmide da Galeria
  • A Pirâmide da Huanca
  • O Templo do Anfiteatro
  • A Pirâmide da Cantera
  • O Templo do Altar Circular.
Ao pé do Templo Maior e da Piramide do Anfiteatro construíram-se grandes praças circulares, espaços de reunião para os habitantes da cidade, onde provavelmente se realizaram actividades acompanhadas pela música de flautas transversas e cornetins.

As 32 estruturas piramidais encontradas, uma delas de 18 m de altura, coincidem com a data em que a civilização egípcia construiu as suas.

Cidade sagrada

O altar do fogo sagrado Tem-se-lhe chamado também cidade sagrada já que foi a época, em que pela primeira vez que se saiba até agora, as sociedades peruanas tiveram um governo central, em se estabelece um estado e se utiliza a religião como meio de afirmação.

Tudo o que se escavou na cidade está impregnado de religiosidade. Há muitos fornos construídos para oferendas. Há rituais em todos os lugares, não somente nos lugares públicos ou nos templos mas até nas próprias casas


A Mesopotâmia, o Egito, a China e a Índia foram as primeiras civilizações do mundo. Na América, seus contemporâneos foram os habitantes de Caral, no norte do Peru. O país comemora os 17 anos da descoberta científica dessa civilização.

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