Etimologia
A civilização dos Anasazi desapareceu completamente antes da
chegada dos europeus
à América.
Não se sabe, já que não existem provas escritas, como se auto-intitulavam os
anasazi e a sua conexão étnica com povos modernos é alvo de discussões. De fato
o nome anasazi é apenas o nome que os navajos
contemporâneos dão ao antigo povo construtor de cidades. A palavra anasazi
significa «os antigos»ou « os antigos inimigos» em língua
navaja. Os índios hopi usam a palavra a Hisatsinom já que
consideram
a palavra anasazi desrespeitosa. Por último, os historiadores sob a
designação
anasazi agrupam algumas culturas similares que residiram na mesma zona
como os hohokam, los mogollon e os pataya, que desapareceram todas antes
do
Fontes
Existem
diversas fontes para reconstruir a existência do anasazi:
- Os relatos tradicionais dos povos ameríndios, transmitidos oralmente. O artesanato e as crenças dos descendentes dos anasazi permitem formular uma série de sérias hipóteses.
- O testemunho dos conquistadores espanhóis que exploraram a região a partir do século XVI. A expedição mais importante foi a de Francisco Vásquez de Coronado, que procurava a cidade do ouro de Cíbola. As crónicas e cartas enviadas pelos exploradores são uma importante fonte de informações, se forem avaliadas com cuidado.
- Nos finais do século XIX, os agricultores Charley Mason e os irmãos Wheterill descobriram importantes locais anasazi. As escavações começaram realmente com o sueco Gustav Nordenskjöld. O clima árido da região permitiu uma boa conservação de milhares de objetos em fibra vegetal (lanças de madeira, flechas de cana, tecidos de algodão) ou animal (tendões, peles). Vários esqueletos têm sido estudados por antropólogos, que apresentaram dados sobre a saúde, a alimentação e a morfologia dos anasazi.
O seu
desaparecimento está relacionado com a lenda do pássaro de fogo, o qual se
acredita que as suas aparições coincidiam com certas datas de alinhamento
estelar.
História misteriosa dos Anasazis
A história dos anasazi continua um mistério devido à
ausência de provas escritas. No entanto, através da arqueologia,
é-nos permitido estabelecer uma data cronológica aproximada. A região sudoeste
dos EUA foi ocupada
por povos de tradição Sohara (5500 a.C - século IV). Os Basketmakers
(cesteiros) ocuparam as áreas montanhosas e semi-áridas, pouco antes da época
cristã. Os anasazis sucederam os cesteiros no século
VIII. A progressiva mudança da caça para a agricultura
e a conseqüente fixação permanente fez emergir uma nova cultura chamada de
Pueblos referindo-se às povoações construídas com tijolos pelos anasazi de Mesa
Verde nas falésias dos grandes desfiladeiros do Colorado. O
inicio desta nova cultura (período Pueblo I, 700-900) é caraterizada por
pequenas casas solitárias de algodão. O período Pueblo II (900-1100) marca o auge da
cultura anasazi, é assinalado por um enriquecimento de ornamentos. O período
Pueblo III (1100-1300) marca o declínio da cultura e a ocupação da Mesa Verde
por novas aldeias primitivas. A partir do ano 1300, os anasazis refugiaram-se
no vale do Rio Grande e no centro do Arizona.
Deixam-se de encontrar vestígios dos anasazi pouco antes da chegada dos espanhóis.
As razões desse êxodo não são conhecidas. Contudo existem diversas hipóteses
como: mudanças climáticas que ameaçavam as culturas, o aumento da população,
problemas políticos ou talvez guerra. No entanto dada a ausência de documentos
escritos e da limitação do conhecimento atual não é possível provar nenhuma
dessas hipóteses.
Cultura anasazi
Os arqueólogos encontraram vestígios da cultura anasazi em
quatro estados dos Estados Unidos da América (Utah, Colorado, Arizona e Novo
México). Apesar das grandes paisagens, as condições naturais não são as
melhores para a sobrevivência humana. Esta zona é marcada pela aridez que torna
grande parte desta desértica ou semidesértica. Os principais rios que atravessam
estas terras são o Rio Grande e o Rio
Colorado. A latitude é outra penalidade: os Invernos são frios e a neve
pode cobrir todo o solo. A diferença de temperatura entre o Verão e o Inverno é
bastante considerável. A leste, as Montanhas Rochosas atingem os 4000 metros de altitude.
A área da cultura anasazi estende-se pelos planaltos do Colorado, atravessada
por rios e riachos. A geologia da região é bastante complexa e oferece todos os
tipos de materiais desde arenito a rocha vulcânica. A flora e a fauna dependem
da altitude, da aridez e da natureza do sedimento. No entanto os anasazi sabiam
como usar os recursos naturais da região e ao mesmo tempo respeitar o
equilíbrio natural. Recoletavam folhas de mandioca, dominavam
a técnica da irrigação e importavam os recursos que não existiam na região.
Culturas vizinhas
Os anasazi tinham contacto com outras culturas vizinhas
próximas (ver mapa) como os hohokam e os mogollon. Estes
são as culturas vizinhas dos anasazi mais populares. Compartilham várias
características, a tal ponto que os cientistas os agrupam sobre a mesma
categoria, como a irrigação, a caça, a construção de povoações em adobe, tijolo ou
pedra, a cerâmica decorada e as relações comerciais com a Mesoamérica.
Contudo diferem noutros aspetos pois os hohokam cremavam os seus mortos e os mogollon eram
sobretudo caçadores.
Povoações
Graças à arqueologia conhecem-se várias casas e povoações
anasazi. As casas mais antigas eram muito modestas, pequenas casas primitivas
mas suficientemente grandes para alojar uma família. Tinham bases pouco
profundas. O teto era feito com terra e galhos. Com o crescimento demográfico
as famílias são agrupadas em aldeias. Este feito demonstra uma organização
coletiva mais ou menos consciente do espaço. A partir do século X,
estas aldeias alojavam várias centenas de pessoas. Situavam-se em planaltos
como o Cañón Chaco (950-1100) ou abrigados sob os penhascos de Mesa Verde
(1100-1300). Os anasazi escolhiam lugares de difícil acesso para se instalarem.
Várias povoações foram construidas debaixo de penhascos, no século
XIII. Algumas escavações foram feitas nas paredes de gigantescos
desfiladeiros. Os povoados, devido à sua orientação, estão protegidos da chuva
e neve no Inverno e do calor no Verão. Ainda servia de proteção natural contra
ataques inimigos. Contudo as povoações situavam-se longe dos campos de cultivo
sendo pouco acessível aos seus habitantes. Ainda permanece um mistério o porquê
dos anasazi terem construído as suas casas num local tão remoto. As paredes das
casas eram feitas com uma espécie de adobe aplicadas a uma grade de madeira e
eram chamadas de jacal no México. As
construções melhor conservadas tinham uma estrutura de pedra unida por
argamassa. Também sabiam cozer o tijolo. Em várias aldeias, nalgumas casas
encontram-se vestígios de pintura decorativa sobre um revestimento de gesso,
argila ou diretamente sobre o adobe. O telhado era coberto por camadas de
argila e ramos. As casas inicialmente possuíam um só nível mas podiam elevar-se
em mais dois níveis. Várias salas retangulares no rés-do-chão eram reservadas
para armazenamento de alimentos. A vida quotidiana realizava-se sobretudo nos
terraços das casas. Nestes povoados, os arqueólogos têm-se interessado
sobretudo pelas plaza e pelas kivas. As kivas, inicialmente
reservadas para o descanso, acabaram por ser usadas para cerimônias religiosas.
Agricultura e alimentação
Os anasazi, agricultores sedentários, cultivavam campos
situados nas proximidades das suas casas. Produziam milho, feijão, abóbora e tabaco. Todas estas
plantas são nativas da Mesoamérica e foram fundamentais na história das
civilizações pré-colombianas. Os campos estavam localizados em planaltos que
podiam atingir os 2000 metros acima do nível do mar. Em altitudes mais elevadas
as condições seriam demasiado duras para a agricultura. As suas ferramentas
agrícolas eram feitas de pedra e madeira (enxadas, pás) pois os anasazi
não dominavam as técnicas metalúrgicas. Por outro lado, este povo adaptou
progressivamente técnicas de irrigação provenientes do México, quer extraindo a
água dos rios, quer de reservatórios de água da chuva. Construíram pequenas
barragens, canais e reservatórios que provam uma organização comunitária. Uma
parte da colheita era armazenada em casas para ser usada em períodos de falta
de comida. Secavam o milho e a abóbora e armazenavam-nos. Usavam pinhões,
extraindo-os das pinhas
aquecendo-as, em bolos ou comiam-nos diretamente. As sementes de girassol, uma
vez sem a casca, eram armazenadas em jarras. Os cereais
armazenavam-se em recipientes fechados para protegê-los dos roedores e insetos. No século V
começaram a fazer peças de cerâmica decoradas com linhas ou pontos.
Posteriormente o desenho foi-se desenvolvendo com representações de animais e
de ser humanos. As cores usadas nas cerâmicas diferem de região para região: preto e branco no Colorado, preto
e vermelho
no Arizona,
vermelho e camurça
no Utah. A cerâmica
acabou por evoluir de tal modo que acabou por ficar ricamente decorada com
padrões. Apesar de se terem tornado sedentários, os ameríndios do sudoeste americano
nunca abandonaram completamente a caça-recoletora praticada pelos seus
antepassados. Pinhões, bagas, frutos silvestres e figos completavam a dieta
destes povos. A caça era feita nas "mesas" (bisontes, veados, antílopes)
ou nas montanhas (veados e muflões). Capturavam animais menores (coelhos, esquilos e pássaros)
com redes de mandioca.
Arquitetura
Em algum dia, algum anasazi estava morrendo de calor, e como
os sombreros
foram nacionalizados pelos astecas e estavam em falta em Las Vegas,
enquanto pensava numa solução ele viu um tatu entrando num buraco cavucado na
terra, o anasazi não teve dúvidas, chamou seu povo para esculpir cidades
inteiras na rocha.
Artesanato e comércio
Os anasazi teciam algodão para fazerem mantas e camisas e
usavam outras fibras vegetais (yucca) e peles ou couros para as roupas. Usavam sandálias e sapatos,
estes provavelmente adaptados aos meses de Inverno.Usavam jóias mas não muito elaboradas como colares, brincos e pulseiras, usavam escovas e pentes de madeira, osso ou coral ou de pedras preciosas como a turquesa. Também se encontraram instrumentos musicais como flautas feitas de osso.
Os anasazi
importavam conchas da Califórnia, pérolas de cobre e papagaios do México. Os comerciantes utilizavam uma vasta rede de trilhos mas não tinham
rotas de comércio definidas como o os Incas. E, ainda por cima, os rios da
região não eram navegáveis.
Pueblo
Bonito em Chaco
Canyon, foi confirmado como o grande centro comercial dos Anasazi. A região é
atravessada por um grande número de caminhos que ligam uma centena de aldeias.
Os Anasazi não tinham um sistema monetário, por isso usavam o sistema de troca
direta.
Na sua vida
quotidiana, os Anasazi usavam diferentes objetos, atualmente muitos deles
estão expostos em grandes museus americanos, como:
- Cestas (cestas de yucca, vime e sumagre) com múltiplos usos, por exemplo, como mochila para carregar ferramentas, madeira e alimentos.
- Objetos de cerâmica e olaria como urnas, tigelas, jarros, jarras, colheres e estatuetas.
- Ferramentas e armas de pedra, tais como: pontas de flechas, martelos, facas de obsidiana, furadores para trabalhar o couro, machados de silimanite e de limonite.
- Objetos para tecelagem de algodão e costura de couro (agulhas de osso).
- Fio (por vezes feito de cabelo), cordéis e corda de yucca.
A história dos anasazi continua um mistério devido à ausência de provas escritas. No entanto, através da arqueologia, é-nos permitido estabelecer uma data cronológica aproximada. A região sudoeste dos EUA foi ocupada por povos de tradição Sohara (5500 a.C - século IV). Os Basketmakers (cesteiros) ocuparam as áreas montanhosas e semi-áridas, pouco antes da época cristã. Os anasazis sucederam os cesteiros no século VIII. A progressiva mudança da caça para a agricultura e a conseqüente fixação permanente fez emergir uma nova cultura chamada de Pueblos referindo-se às povoações construídas com tijolos pelos anasazi de Mesa Verde nas falésias dos grandes desfiladeiros do Colorado. O inicio desta nova cultura (período Pueblo I, 700-900) é caraterizada por pequenas casas solitárias de algodão. O período Pueblo II (900-1100) marca o auge da cultura anasazi, é assinalado por um enriquecimento de ornamentos. O período Pueblo III (1100-1300) marca o declínio da cultura e a ocupação da Mesa Verde por novas aldeias primitivas. A partir do ano 1300, os anasazis refugiaram-se no vale do Rio Grande e no centro do Arizona. Deixam-se de encontrar vestígios dos anasazi pouco antes da chegada dos espanhóis. As razões desse êxodo não são conhecidas. Contudo existem diversas hipóteses como: mudanças climáticas que ameaçavam as culturas, o aumento da população, problemas políticos ou talvez guerra. No entanto dada a ausência de documentos escritos e da limitação do conhecimento atual não é possível provar nenhuma dessas hipóteses.
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